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Onde estava esse drama que eu não li?

  • luanabrumana
  • Mar 25, 2022
  • 2 min read

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O pesadelo que não sabia ser possível: transformar um “inimigos para amantes” em um triângulo amoroso mal roteirizado.


A sensação que dá é que a produção da adaptação para o audiovisual leu no máximo a sinopse no verso do livro, talvez uma folheada mais rápida que um leque abanando o rosto, um vento para dar inspiração e inventar algo que saiu de qualquer lugar, menos do texto original.


Livros com grande público e uma expectativa ainda maior pode preocupar qualquer diretor, serão julgados antes mesmo de estrear. Mas depois dessa temporada da série Bridgerton imagino que eles não vão se ofender se forem comparados ao filme de Percy Jackson, já que obviamente não entendem o público alvo da série, e muito menos conseguiram pegar o motivo da primeira parte ter sido um sucesso no Streaming.


Pelo Santo que protege os escritores, de onde tiraram esse roteiro? É tedioso, e por todas as vezes que me levantei do sofá, e não foram poucas, conferi se não tinha esbarrado no controle e ido parar em algum canal de TV aberta. Menos do que isso, já que está sendo reprisado O Cravo e a Rosa, uma releitura de A Megera Domada, a mesma inspiração que carrega a história de O Visconde que me Amava. A série não somente foi uma afronta a qualquer leitor da obra, foi a Shakespeare também.


O drama difícil de ser resolvido, os personagens, que mesmo pelo carisma épico dos atores, não conseguem sustentar uma trama ruim e até mesmo se perdem nas personas que deveriam ser, como em um voo cego. Não era para ser uma novela de emoções ruins, com lágrimas e sentimentos pesados que não traz a empatia ao espectador.


Farei o favor de contar o segredo do sucesso: as pessoas que procuram ler esse tipo de romance, esperam ser reconfortadas por ao menos meia hora não sendo elas mesmas, imergindo em um mundo onde podem viver outras vidas e sofrerem de romances arrebatadores que a tiraram da posição de Gata Borralheira e as tornam Cinderela (Fazendo referência ao casal Benedict e Sophie). Porque afinal, nós mulheres na vida real somos tudo: a empregada, o gato Lúcifer, os ratos costureiros e quiçá a abóbora que vira carruagem, e tentamos ser até mesmo nossa própria fada madrinha, fazendo nossos sonhos realidade.


Uma direção e roteiro maquiados pela diversidade dos rostos e vestidos bonitos, entrega os estereótipos que as leitoras não param de ouvir: de que romance é drama e não serve para nada.


E só o que queríamos era uma abelha, o casal principal e um trio de fofoqueiras.

 
 
 

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